Nos últimos anos, o setor de energia solar no Brasil tem enfrentado desafios regulatórios e operacionais impostos por algumas concessionárias. Muitas delas alegam questões técnicas, como a “inversão de fluxo”, para travar projetos de Geração Distribuída (GD).
No entanto, a recente movimentação da Cemig, que expande sua atuação em GD com a marca Cemig SIM para fora de Minas Gerais, levanta uma questão fundamental:
Por que uma concessionária de energia pode operar usinas e fornecer energia diretamente a consumidores finais, enquanto trava a conexão de geradores alegando problemas técnicos?
O argumento técnico mais utilizado para dificultar a conexão de sistemas fotovoltaicos é o risco de inversão de fluxo de energia na rede. Na prática, isso tem levado à inviabilização de parte dos projetos solares descentralizados.
Agora, ao observarmos a Cemig SIM operando usinas no modelo de assinatura e enviando energia para consumidores finais não apenas em Minas Gerais, mas também em estados onde sequer atua como concessionária, fica evidente um conflito de interesses.
A empresa, que deveria garantir um ambiente neutro e regulado para todos os participantes do setor elétrico, usa sua posição privilegiada para competir diretamente com os consumidores que antes se posicionavam como prosumidores (produtores e consumidores de energia).
A pergunta que fica é: Será que a CEMIG encontra barreiras nos seus projetos assim como os consumidores que querem gerar sua própria energia enfrentam entraves técnicos, burocráticos e regulatórios?
Daniel Reichembach – CEO da Suns Brasil

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